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ALEXANDER SVEREV - Sangue nobre entre os NextGens


Alexander Zverev provou de uma vez por todas que tem sangue nobre. Em sua primeira final de Masters e logo diante de Novak Djokovic, que já havia vencido o torneio quatro vezes, o garoto de 20 anos não se intimidou. Muito pelo contrário. Encarou o backhand de Nole sem medo de ser feliz e foi superior ao número 2 do ranking o tempo inteiro. Sacou melhor, se manteve mais agressivo, compensou o ataque ao forehand com bolas profundas e literalmente tirou o adversário do sério.

Até mesmo quando o público ficou claramente do lado de Nole, louco para ver mais tênis, Zverev pareceu frio e calculista. Uma exibição tão segura que não é mais possível deixá-lo de fora da lista de candidatos ao título de Roland Garros, ainda que curiosamente tenha dito no começo da semana que não gosta tanto assim do saibro. Djokovic foi o oitavo top 10 que ele derrotou em 20 tentativas, sendo dois em Roma, três na terra e quatro em 2017.

Mais jovem tenista a ganhar um Masters em exatos 10 anos e primeiro alemão a fazer isso desde 2001, Zverev pegou um atalho e chega ao prestigiado top 10 pelo menos seis meses antes do que se esperava. E olha que a quadra dura é a sua predileta e ele já fez final na grama de Halle no ano passado, ao tirar nada menos que Roger Federer. Este já foi seu terceiro título em 2017, o que coloca o garoto no quarto lugar da temporada, 315 pontos atrás de Dominic Thiem.

A atuação impecável de Zverev foi um amargo presente de aniversário para Djokovic, que vira ‘trintão’ nesta segunda-feira. Para minimizar as notícias negativas do domingo, ele aproveitou para confirmar que Andre Agassi será seu novo treinador. O anúncio estava previsto para a quarta-feira, mas foi estrategicamente antecipado. Dono de oito Grand Slam, incluindo Roland Garros, e o mais velho tenista a reassumir o número 1 do mundo, Agassi nunca treinou qualquer tenista. Parece muito mais um apoio emocional – e vimos Nole hoje falar palavrão e se aborrecer com o vento, a quadra, o adversário e o boleiro – do que técnico neste momento. Se vai funcionar, teremos de esperar.

E não foi só Zverev quem deu ar de renovação ao circuito. A ucraniana Elina Svitolina aproveitou suas chances, conquistou o maior troféu da carreira e chega ao sexto lugar do ranking. Aliás, aos 22 anos e seis meses, é a mais jovem top 10 do momento. A menina faz tudo direitinho e tem a especial qualidade de jogar de forma agressiva, usando bem o saque e as bolas de base. Roland Garros, claro, parece também algo distante. Mas não impossível.

BRIGA PELO SEGUNDO:

Quem saiu com considerável lucro após Roma foi, acreditem, Andy Murray. Mesmo que ele sequer passe da estreia em Roland Garros, o número 1 está em suas mãos. Tudo que precisará é manter os títulos de Queen’s e Wimbledon, independente das campanhas de Nole e Nadal em Paris e depois na grama.

A briga no entanto ficará bem interessante entre Djokovic e Nadal pela vice-liderança já no Aberto francês. Descontadas as campanhas do ano passado, a vantagem de Djokovic será de apenas 160 pontos quando o torneio começar. Ou seja, a partir das oitavas, qualquer jogo a mais que Nadal vença em relação ao sérvio lhe dará o segundo posto.

Wawrinka até tem chance de chegar ao número 2, mas teria de ser pelo menos finalista e ainda contar que Djokovic e Nadal parem nas quartas.

Entre os garotos, a situação mais confortável é de Zverev, que defende apenas 90 pontos. Thiem foi semifinalista e precisará repetir 720. Ainda assim, a distância entre eles começará em 365, o que é mais do que quartas de final.

CABEÇAS E SORTEIO

Ao que tudo indica, a sorte na formação da chave será essencial neste Roland Garros, porque afinal Djokovic e Nadal podem cair do mesmo lado e ainda um deles cruzar com Thiem, Zverev ou David Goffin nas quartas. E alguém pode se dar muito bem, como Wawrinka, e ficar no setor de Murray, Milos Raonic ou Marin Cilic, Grigor Dimitrov ou Jack Sock.

No feminino

Angeliquer Kerber e Karolina Pliskova encabeçam, mas não convencem. Halep será a cabeça 3 e Garbine Muguruza, cada dia com um problema diferente, tem a pressão de defender o título como 4. Seria um alívio fugir de Elina Svitolina, cabeça 5, e Sveta Kuznetsova, a 8. Ao que tudo indica, a campeã deve sair desse grupo. Qualquer outra coisa será uma tremenda surpresa.

O sorteio está marcado para sexta-feira cedo, em Paris.

Sangue azul Por José Nilton Dalcim 21 de maio de 2017 às 19:00

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